Em relação à primeira infância, hoje há evidências suficientes mostrando que, nos primeiros anos de vida, a interação entre o adulto e a criança é o principal fator estimulante para o desenvolvimento infantil.
Ainda assim, muitas famílias carecem de conhecimento e motivação para que estimulem o desenvolvimento de suas crianças. Deste modo, programas de promoção da parentalidade procuram trazer o apoio necessário a essas famílias. Se tais programas forem remotos, utilizando como ferramentas a internet, televisão ou mesmo rádio, o acesso tende a ser facilitado. Apesar disso são poucos os estudos que avaliam o efeito deste tipo de programa na interação cuidador-criança e no desenvolvimento infantil.
Diante dessas informações, a Dr.ª Katherine Maria Solis Cordero, juntamente com sua orientadora, Prof.ª Dr.ª Elizabeth Fujimori, do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Escola de Enfermagem da USP, desenvolveram a pesquisa que culminou na tese “Intervenções Remotas de Promoção da Parentalidade e seu efeito na interação cuidador-criança e no desenvolvimento infantil”, ganhadora do Prêmio Capes de Tese 2023.
A partir desta pesquisa nasceu o “Programa Brincar Ensina Mudar” (BEM), que educa mulheres responsáveis pelo cuidado de crianças de 12 a 23 meses de idade sobre como incorporar as brincadeiras na rotina diária, melhorando assim a interação com a criança e seu desenvolvimento infantil.
Todas as orientações relacionadas ao Programa BEM foram enviadas às participantes por meio de vídeos, áudios e mensagens via WhatsApp. Os resultados da pesquisa mostraram que as crianças que participaram do programa apresentaram melhor desenvolvimento da linguagem e houve melhor interação adulto-criança, quando comparado com as mulheres e crianças não participantes.
Os resultados também evidenciaram que programas de promoção da parentalidade remotos, focados em brincadeiras para acompanhar as crianças e suas famílias, produzem resultados positivos na qualidade da interação cuidador-criança e no desenvolvimento infantil entre famílias em condição de vulnerabilidade social.
Uma próxima etapa deste estudo, segundo Dra. Katherine, será sua ampliação para outras cidades do Estado de São Paulo, aumentando assim a possibilidade de implantação deste tipo de intervenção remota como política pública de promoção da parentalidade.
Mais informações podem ser acessadas na tese completa, disponível na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da USP, por meio deste link.