Um novo protocolo voltado à educação em saúde e à prevenção de infecções foi desenvolvido com o objetivo de apoiar profissionais da saúde no cuidado a pacientes em situação de precauções específicas — medidas adotadas para evitar a transmissão de microrganismos em ambientes hospitalares. Denominado Com-Efe, o protocolo visa qualificar a comunicação e reduzir eventos adversos relacionados a essas precauções, especialmente em um cenário de crescente resistência bacteriana.

As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde (IRAS) seguem como um dos principais desafios da saúde pública, agravadas pela disseminação de bactérias multirresistentes. Embora as precauções padrão e específicas sejam eficazes na prevenção de transmissão dessas infecções em ambiente hospitalar, estudos apontam falhas na forma como são comunicadas e compreendidas pelos pacientes, o que pode gerar consequências negativas.

Desenvolvido com base no conceito de vulnerabilidade, o Com-Efe permite identificar elementos que tornam pacientes mais vulneráveis a reações adversas às precauções específicas e orienta os profissionais na elaboração de estratégias de comunicação efetiva.

Um estudo qualitativo, realizado em um hospital público de nível secundário, implementou o protocolo em quatro etapas: observação do contexto, planejamento da estratégia educativa, adaptação com participação de enfermeiros e avaliação por meio de entrevistas com profissionais. Os resultados revelaram adesão parcial às medidas preventivas e fragilidades na comunicação com os pacientes.

Como resposta, foram propostas diversas ações de sensibilização para profissionais: treinamentos presenciais e online, produção de materiais impressos, vídeos para redes sociais e a criação de um livreto informativo a ser utilizado diretamente com os pacientes no leito.

A análise do estudo destacou que a aceitação do Com-Efe foi favorecida pela percepção positiva dos profissionais, mas também identificou barreiras à sua implementação, como o clima organizacional e o nível de comprometimento da equipe e da liderança hospitalar.

Os pesquisadores concluem que o sucesso de iniciativas como o Com-Efe depende da compreensão das complexidades do ambiente hospitalar, da valorização do papel das lideranças e da adequação das estratégias de comunicação às necessidades dos pacientes.

O protocolo Com-Efe representa um avanço promissor na busca por uma assistência mais segura e eficaz, contribuindo para o controle de infecções e a qualificação do cuidado em saúde.

Link : https://doi.org/10.1016/j.ajic.2022.09.029

Autora: Luize Juskevicius